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Fome global diminui, mas conflitos e clima ameaçam progresso, diz ONU

Diversas pessoas, incluindo crianças e adultos, em uma fila de espera em um ambiente público, possivelmente em um evento ou grande movimentação de pessoas.

Por Dawit Endeshaw

ADIS ABEBA (Reuters) – O número de pessoas com fome ao redor do mundo caiu pelo terceiro ano consecutivo em 2024, recuando de um pico do período da Covid, mesmo com conflitos e choques climáticos agravando a desnutrição em grande parte da África e da Ásia Ocidental, informou um relatório da ONU nesta segunda-feira.

Cerca de 673 milhões de pessoas, ou 8,2% da população mundial, passaram fome em 2024, abaixo dos 8,5% em 2023, de acordo com o relatório Estado da Segurança Alimentar e Nutricional no Mundo, preparado em conjunto por cinco agências da ONU.

As agências disseram que o relatório se concentrou em problemas crônicos e de longo prazo, não refletindo totalmente o impacto de crises agudas provocadas por eventos e guerras específicos, como em Gaza.

Máximo Torero, economista-chefe da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação, disse que a melhoria no acesso a alimentos na América do Sul e na Índia foi responsável pelo declínio geral, mas alertou que conflitos e outros fatores em lugares como a África e o Oriente Médio podem anular esses ganhos.

“Se o conflito continuar a crescer, é claro, se as vulnerabilidades continuarem a crescer e o estresse da dívida continuar a aumentar, os números subirão novamente”, disse ele à Reuters durante cúpula da ONU sobre alimentação, na Etiópia.

“O conflito continua a levar a fome de Gaza ao Sudão e além”, disse o secretário-geral da ONU, António Guterres, em declarações transmitidas por videoconferência na cúpula. “A fome alimenta ainda mais a instabilidade futura e mina a paz.”

Em 2024, o progresso mais significativo foi registrado na América do Sul e no sul da Ásia, segundo o relatório da ONU.

Na América do Sul, a taxa de fome caiu de 4,2% em 2023 para 3,8% em 2024. No sul da Ásia, caiu de 12,2% para 11%.

O progresso na América do Sul foi sustentado pela maior produtividade agrícola e por programas sociais, como os de merenda escolar, disse Torero. No sul da Ásia, isso se deveu principalmente a novos dados da Índia mostrando que mais pessoas têm acesso a dietas saudáveis.

Os números gerais de fome em 2024 ainda eram maiores que os 7,5% registrados em 2019, antes da pandemia de Covid.

O cenário é muito diferente na África, onde os ganhos de produtividade não acompanham o alto crescimento populacional e os impactos de conflitos, condições climáticas extremas e inflação.

Em 2024, mais de uma em cada cinco pessoas no continente — ou 307 milhões — sofria de subnutrição crônica, o que significa que a fome é mais prevalente do que há 20 anos.

O número na África pode aumentar para 500 milhões até 2030, representando quase 60% das pessoas famintas do mundo, diz o relatório.

A diferença entre a inflação global dos alimentos e a inflação geral atingiu o pico em janeiro de 2023, aumentando o custo das dietas e afetando mais duramente as nações de baixa renda, diz o relatório.

A obesidade geral em adultos aumentou para quase 16% em 2022, ante 12% em 2012, acrescentou.

O número de pessoas que não conseguem ter uma dieta saudável caiu globalmente nos últimos cinco anos, para 2,6 bilhões em 2024, de 2,76 bilhões em 2019, segundo o relatório.

(Reportagem adicional de Aaron Ross em Nairóbi e Sybille de La Hamaide em Paris)

 

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