WASHINGTON (Reuters) – O governo dos Estados Unidos reforçou seus principais argumentos contra o Google, da Alphabet, nesta quinta-feira, encerrando a fase probatória de uma batalha judicial em que acusa o líder de buscas online de violar leis antitruste para manter sua posição dominante.
No julgamento, iniciado em 12 de setembro, o Departamento de Justiça norte-americano buscou provar que o Google é um monopolista e abusou ilegalmente de seu poder para favorecer seus interesses financeiros.
O juiz distrital Amit Mehta disse que estava indeciso sobre como se posicionar. “Não tenho ideia do que vou fazer”, disse ele após marcar os argumentos finais para o início de maio.
Este caso, movido durante o governo Trump, foi o primeiro de quatro destinados a conter líderes de tecnologia. O segundo, contra a Meta, também foi movido durante o governo Trump, enquanto as autoridades de Biden seguiram com um segundo caso contra o Google e um contra a Amazon.com.
O professor de economia do MIT, Michael Whinston, testemunha final do governo no último dia da fase probatória, destacou os pontos principais do caso do governo.
Ele discordou do argumento do Google de que precisava competir com a Microsoft para ser exclusivamente pré-instalado em smartphones.
Os pagamentos do Google para a Apple e outros, que somaram 26,3 bilhões de dólares em 2021, foram essencialmente lucros de monopólio pagos aos distribuidores, segundo ele. “O Google lucrou muito com esses contratos”, disse.
A Alphabet relatou lucro líquido de 19,69 bilhões de dólares de julho a setembro, em comparação com 13,91 bilhões de dólares no mesmo período do ano anterior. A receita totalizou 76,69 bilhões de dólares no trimestre.
Whinston afirmou que o Google tinha o poder de mercado para aumentar as taxas de publicidade sem perder anunciantes, citando experiências da empresa. “Toda vez, eles descobriram que aumentar os preços é lucrativo”, disse.
John Schmidtlein, advogado do Google, também reiterou uma das principais defesas a companhia durante o julgamento — que os pagamentos eram acordos legais de divisão de receitas que resultaram da concorrência e tinham como objetivo garantir que operadoras de telefonia móvel e fabricantes de smartphones fizessem atualizações adequadas e mantivessem os dados dos usuários seguros.
Ele também enfatizou que o Google é popular devido à sua qualidade, apontando as análises de smartphones como o Samsung Fascinate, que mostram que os consumidores ficaram insatisfeitos quando o Bing, da Microsoft, era o mecanismo de busca padrão do telefone.
(Reportagem de Diane Bartz)