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Empresas brasileiras reagem com alívio e dúvidas a tarifas e isenções de Trump

Manifestantes protestando contra a taxação de Trump, segurando cartazes com mensagens de resistência e questionamento da soberania nacional.

Por Luciana Magalhaes e Ana Mano

SÃO PAULO (Reuters) – Empresas brasileiras reagiram com um misto de alívio e dúvida após serem surpreendidas na quarta-feira pela decisão do presidente norte-americano, Donald Trump, de isentar quase 700 produtos da nova tarifa de 50% sobre o país, prevista para vigorar a partir de 6 de agosto.

Embora as isenções cubram algumas das principais exportações do Brasil, como aeronaves, suco de laranja e minério de ferro, o Brasil estima que 35,9% de suas vendas para os EUA em valor serão atingidas pelo novo imposto. Além disso, itens de exportação importantes como a carne bovina e o café ficaram de fora da lista de exceções.

“A gente pode dizer que foi uma seleção bastante cirúrgica, na medida em que os Estados Unidos escolheram os produtos de maior relevância para eles e também na pauta de exportação brasileira”, disse Gilberto Braga, economista e professor do IBMEC.

André Ribeiro Chaves, diretor da empresa mineira Fergubel, que exporta ferro gusa para os Estados Unidos, contou que pretende chamar de volta seus funcionários assim que eles terminarem um período de férias compulsórias de 15 dias que já foram pagas. A Fergubel havia colocado mais de cem funcionários em férias coletivas antes do anúncio das isenções tarifárias.

“Essas exceções nos deram um certo conforto”, disse ele.

Mas a Abrafrigo, associação do setor de carne bovina que representa a Marfrig e pequenos frigoríficos brasileiros, disse que as novas tarifas impossibilitam as vendas para os EUA, acrescentando que os exportadores poderão perder US$1,5 bilhão em vendas de carne bovina e subprodutos até o final do ano.

Enquanto algumas empresas celebram e outras calculam suas perdas, muitas ainda permanecem confusas sobre as isenções.

Embora alguns produtos de madeira tenham se beneficiado de exclusões, as empresas do setor ainda estão tentando entender quais segmentos da indústria serão afetados pelas novas tarifas.

A Millpar, fabricante de produtos à base de madeira localizada no Paraná, disse à Reuters nesta quinta-feira que ainda estava avaliando os próximos passos. Em 14 de julho, a empresa deu férias coletivas de 30 dias a 720 de um total de 1.100 empregados de duas unidades.

Assim como no Brasil, as isenções à tarifa cheia de 50% foram bem recebidas nos EUA.

A Consumer Brands Association, que representa fabricantes de bens de consumo embalados, expressou seu otimismo com o reconhecimento pelo governo Trump da escassez de certos recursos naturais, como eucalipto e outros produtos de celulose.

“Encorajamos fortemente as autoridades brasileiras a buscar um acordo com o governo Trump que alcance o mesmo reconhecimento para o café e outros insumos críticos para os EUA”, disse Tom Madrecki, vice-presidente de resiliência da cadeia de suprimentos da associação.

No Brasil, muitos permanecem esperançosos, aguardando novas isenções pela Casa Branca.

“Acreditamos que há espaço para esta flexibilização, uma vez que a carne brasileira é a carne do dia a dia dos EUA”, disse Fabrizzio Capuci, diretor comercial da Naturafrig Alimentos, que suspendeu remessas para os Estados Unidos, direcionando-as a outros mercados internacionais.

(Reportagem de Luciana Magalhães e Ana Mano, em São Paulo; Reportagem adicional de Sergio Queiroz e Jessica DiNapoli)

 

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