NOVA YORK (Reuters) – Um juiz dos Estados Unidos determinou que Elon Musk enfrente a maior parte de uma ação judicial que alega que ele enganou de forma fraudulenta ex-acionistas do Twitter no ano passado, ao esperar muito tempo para divulgar que havia investido na empresa de mídia social, que posteriormente comprou e renomeou como X.
Em uma decisão tornada pública na segunda-feira, o juiz distrital Andrew Carter permitiu que os acionistas — na ação coletiva proposta — tentem provar que Musk tinha intenção de enganá-los ao esperar 11 dias após o prazo da SEC, órgão que regula o mercado de capitais nos EUA, para revelar que havia comprado 5% do Twitter.
O juiz em Manhattan, por outro lado, rejeitou uma alegação de “insider trading” contra Musk, a pessoa mais rica do mundo.
Os advogados de Musk não responderam imediatamente nesta terça-feira aos pedidos de comentários.
Segundo os acionistas, Musk economizou mais de 200 milhões de dólares ao aumentar sua participação no Twitter e conversar discretamente com seus executivos sobre seus planos, antes de finalmente divulgar uma participação de 9,2% em abril de 2022.
Os acionistas também disseram que venderam ações do Twitter a preços artificialmente baixos porque Musk escondeu o que estava fazendo.
Advogados de Musk argumentaram que seu cliente é “uma das pessoas mais ocupadas do planeta” e que qualquer falha na divulgação é “inadvertida”.
Musk comprou o Twitter por 44 bilhões de dólares em outubro do ano passado.
De acordo com a regra da SEC, os investidores têm 10 dias para divulgar quando adquirem 5% de uma empresa.
Os papéis do Twitter subiram 27% em 4 de abril de 2022, de 39,31 dólares para 49,97 dólares, após Musk revelar sua participação de 9,2%. A aquisição de Musk avaliou o Twitter em 54,20 dólares por ação.
(Reportagem de Jonathan Stempel em Nova York)