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Dólar sobe na contramão do exterior com tarifas de Trump em foco

Nota de 100 dólares enrolada sobre um mapa, simbolizando finanças e investimento. A imagem ilustra a conexão entre dinheiro e localização geográfica.

Por Fernando Cardoso

SÃO PAULO (Reuters) -O dólar à vista subia ante o real nesta segunda-feira, na contramão das quedas da moeda norte-americana ante pares emergentes, à medida que os investidores aguardam novas notícias sobre os planos tarifários do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

Às 9h59, o dólar à vista subia 0,66%, a R$5,7531 na venda. Minutos antes, a divisa dos EUA atingiu a máxima do dia em R$5,7717 (+1,0%).

Na B3, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento tinha alta de 0,46%, a R$5,760 na venda.

Após sessões marcadas por decisões de bancos centrais na semana passada, os agentes financeiros voltam suas atenções novamente nos próximos dias para as medidas comerciais dos EUA, uma vez se aproxima o prazo de 2 de abril, quando Trump pretende anunciar uma série de tarifas recíprocas.

O plano do governo dos EUA, segundo Trump, é responder as taxas e outras barreiras comerciais impostas por parceiros à importação de produtos norte-americanos.

Na mais recente notícia sobre o assunto, a Bloomberg News e o The Wall Street Journal informaram que Trump deve excluir a imposição de novas tarifas sobre setores específicos quando anunciar as medidas em 2 de abril.

Desde o retorno do presidente norte-americano à Casa Branca, os movimentos de Trump em relação aos seus planos tarifários têm sido marcados por incertezas, ameaças e recuos, elevando a volatilidade nos mercados à medida que os investidores tentam avaliar o impacto das tarifas.

Após uma série de ameaças, as únicas tarifas que já entraram em vigor foram a taxa de 20% sobre importações chinesas, a tarifa de 25% sobre importações de aço e alumínio, e as taxas de 25% sobre produtos de Canadá e México que violem regras de um acordo comercial entre os países da América do Norte.

Analistas temem que as medidas comerciais possam gerar uma guerra comercial global, elevando os preços de mercadorias e provocando uma recessão nos EUA, cuja atividade econômica vem mostrando sinais de desaceleração.

“A notícia de que as tarifas podem ser mais direcionadas está deixando a moeda brasileira de fora do otimismo em relação ao dólar, uma vez que o Brasil se destaca por ter um dos maiores regimes tarifários”, disse Eduardo Moutinho, analista de mercados do Ebury Bank.

“Nações com desequilíbrios comerciais em relação aos EUA já estavam no radar como alvos prioritários das tarifas, especialmente os países do G20”, completou.

O índice do dólar — que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas — subia 0,06%, a 104,090.

Na cena doméstica, os investidores têm acirrado os temores com a trajetória das contas públicas, já que o governo considera medidas para reduzir os preços dos alimentos em meio à queda de popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Os agentes do mercado ainda aguardam a ata da mais recente reunião de política monetária do Banco Central, a ser divulgada na terça, depois que os membros da autarquia elevaram a Selic em 1 ponto percentual, a 14,25% ao ano, pelo terceiro encontro consecutivo na semana passada.

Mais cedo, analistas consultados pelo BC reduziram as projeções para a inflação e o crescimento da economia brasileira neste ano, de acordo com a pesquisa Focus divulgada nesta segunda-feira.

O levantamento mostrou que a expectativa para o IPCA é de alta de 5,65% ao fim deste ano, de 5,66% na pesquisa anterior, enquanto a previsão para o PIB brasileiro é de crescimento de 1,98% em 2025, abaixo da expansão de 1,99% projetada na semana anterior.

(Edição de Camila Moreira)

 

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