Por Fernando Cardoso
SÃO PAULO (Reuters) – O dólar tinha leve alta nesta quinta-feira, à medida que dados econômicos fortes dos Estados Unidos afastaram ainda mais os temores de uma desaceleração agressiva da maior economia do fundo, fortalecendo a divisa norte-americana no exterior e consolidando apostas de cortes de juros mais graduais pelo Federal Reserve.
Às 9h46, o dólar à vista subia 0,17%, a 5,4785 reais na venda. Na B3, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento tinha queda de 0,08%, a 5,474 reais na venda.
Na quarta-feira, o dólar à vista fechou em alta de 0,37%, cotado a 5,4691 reais.
O Departamento do Trabalho dos EUA anunciou que os pedidos iniciais de auxílio-desemprego diminuíram para 227.000 na semana encerrada em 10 de agosto, ante 234.000 revisados para cima na semana anterior. Economistas consultados pela Reuters esperavam um leve aumento para 235.000 pedidos.
Além disso, o Departamento de Comércio dos EUA informou que as vendas no varejo cresceram 1,0% em julho, bem acima do esperado por analistas, que projetavam uma alta de 0,3%. Em junho, as vendas foram revisadas para queda de 0,2%, ante estabilidade divulgada anteriormente.
Os números apaziguam ainda mais os temores de uma recessão nos EUA, que já haviam sido reduzidos após os dados de auxílio-desemprego divulgados na semana passada, o que fortalecia o dólar frente a seus pares.
Na quarta-feira, os EUA ainda registrou preços ao consumidor moderados para julho, com a inflação em 12 meses caindo abaixo de 3%, o que ajudou a consolidar as apostas de que o Fed começará a cortar os juros em setembro.
Após os dados desta manhã, operadores apostavam em 74% de chance de um corte de 25 pontos-base pelo Fed, acima dos 65% da véspera, à medida que a percepção de força na economia dos EUA pode exigir que o banco central seja mais cauteloso ao reduzir sua taxa de juros.
Quanto mais o Fed cortar os juros, pior para o dólar, que se torna comparativamente menos atraente quando os rendimentos dos Treasuries caem.
Dessa forma, o índice do dólar — que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas — subia 0,50%, a 103,110.
A moeda norte-americana ainda tinha alta de 1,02% em relação ao iene, a 148,81.
O euro era negociado a 1,0957 dólar, em queda de 0,50% no dia.
Agentes financeiros ainda estavam atentos ao desempenho de preços de commodities, uma vez que as perspectivas econômicas da China, maior importador de matérias-primas do planeta, continuam a piorar e as tensões geopolíticas crescem no Oriente Médio e na Ucrânia.
Os preços futuros do minério de ferro tinha a quarta sessão consecutiva de queda nesta quinta, atingindo o nível mais baixo em mais de 14 meses, enquanto os preços do petróleo avançavam, com temores pela demanda global contendo ganhos maiores, o que prejudica moedas de países exportadores de commodities, como o Brasil.