thomson reuters

BLOG | REVISTA DOS TRIBUNAIS

Generic selectors
Exact matches only
Search in title
Search in content
Post Type Selectors

Dólar passa a cair ante o real após perder força no exterior

pessoa fazendo compras

Por Fabricio de Castro

SÃO PAULO (Reuters) – O dólar à vista passou a sustentar baixas ante o real na manhã desta terça-feira, na esteira da perda de força da moeda norte-americana também no exterior, ainda que no Brasil permaneça certa cautela no mercado em função do cenário fiscal e antes da decisão do Banco Central sobre juros, marcada para quarta-feira.

Às 10h57, o dólar à vista cedia 0,45%, a 5,3975 reais na venda. Na B3 o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 0,27%, aos 5,4160 reais.

No exterior, o dólar subia mais cedo ante a maior parte das demais divisas, incluindo as moedas fortes, mas as cotações perderam força com a divulgação de novos dados econômicos e com declarações de uma autoridade do Federal Reserve.

O Departamento de Comércio informou que as vendas no varejo dos EUA aumentaram 0,1% no mês passado, após uma queda revisada para baixo de 0,2% em abril. Economistas consultados pela Reuters previam que as vendas no varejo aumentariam 0,3% em maio.

Já o presidente do Fed de Nova York, John Williams, disse que a taxa de juros cairá gradualmente ao longo do tempo nos EUA, mas se recusou a dizer quando isso começará a ocorrer.

“Espero que a taxa de juros caia gradualmente ao longo dos próximos dois anos, refletindo o fato de que a inflação está voltando à nossa meta de 2% e a economia está se movendo em um caminho muito forte e sustentável”, disse Williams em entrevista ao canal de televisão Fox Business.

Neste cenário, após ter subido mais cedo, às 11h03 o índice do dólar — que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas — caía 0,05%, a 105,220.

No Brasil, os últimos dias foram marcados por forte pressão de alta para o dólar. Por trás do movimento está o mal-estar dos investidores com a área fiscal, em um contexto de dificuldades na relação entre governo e Congresso.

Em entrevista à rádio CBN na manhã desta terça-feira, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a criticar a desoneração de setores da economia sem que haja contrapartidas e disse que o governo está fazendo um estudo sério sobre o Orçamento.

Lula afirmou que “nada está descartado” pelo governo em relação ao ajuste das contas públicas, mas afirmou que a equipe econômica precisa apresentar a necessidade de cortes de despesas.

“Investidores seguem com foco na deterioração da situação fiscal. Ontem (segunda-feira) os ministros da Fazenda, Fernando Haddad, e do Planejamento, Simone Tebet, conseguiram de certa forma limitar a desvalorização dos ativos locais ao falarem que existe coesão do governo federal com a pauta fiscal; mesmo com essa sinalização o dólar fechou mais uma vez em alta”, pontuou nesta manhã a equipe da Commcor DTVM, em boletim a clientes.

Além da questão fiscal, investidores demonstram cautela antes da decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do BC, na quarta. A curva de juros brasileira precifica de forma majoritária manutenção da taxa básica Selic em 10,50% ao ano, mas o mercado estará atento aos votos do colegiado. Profissionais ouvidos pela Reuters têm ponderado que nova decisão dividida tende a estressar as cotações.

Na entrevista, Lula também voltou a criticar duramente o presidente do BC, Roberto Campos Neto, afirmando que ele “trabalha muito mais para prejudicar o país do que para ajudar”. Segundo Lula, o substituto de Campos Neto a ser escolhido por ele até o final deste ano será alguém com respeito pelo cargo e que não se submete às pressões do mercado.

 

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Mais lidas

Post Relacionado

Avião da Azul Linhas Aéreas no aeroporto, com destaque para a marca Azul e a frase Potência Verde e Azul, com um céu nublado ao fundo.

Azul entra com pedido de recuperação judicial nos EUA

Por Gabriel Araujo SÃO PAULO (Reuters) – A companhia aérea Azul anunciou nesta quarta-feira que entrou com pedido de recuperação judicial nos Estados Unidos, encerrando meses de incerteza durante os quais enfrentou pressão contínua devido ao seu alto endividamento, apesar das tentativas de reestruturação extrajudicial. O anúncio fazia os ADRs

REVISTA DOS TRIBUNAIS
Privacy Overview

This website uses cookies so that we can provide you with the best user experience possible. Cookie information is stored in your browser and performs functions such as recognising you when you return to our website and helping our team to understand which sections of the website you find most interesting and useful.