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Dólar oscila pouco em sessão com mercados fechados nos EUA

Dólar oscila pouco em sessão com mercados fechados nos EUA

Duas mulheres em movimento na frente de uma tela que exibe taxas de câmbio de moedas como Dólar e Euro, com notas de dólar ao lado.

Por Fernando Cardoso

SÃO PAULO (Reuters) – O dólar à vista oscilava pouco nesta quinta-feira, com os investidores demonstrando cautela em uma sessão que tende a ser calma, já que os mercados nos Estados Unidos estão fechados devido ao funeral do ex-presidente Jimmy Carter, enquanto investidores se posicionam para a divulgação de mais dados na semana.

Às 9h37, o dólar à vista subia 0,09%, a 6,1163 reais na venda.

Na B3, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento tinha alta de 0,11%, a 6,138 reais na venda.

Nas primeiras sessões de 2025, o foco dos investidores tem se direcionado para o cenário externo, uma vez que se aproxima o início do novo governo de Donald Trump nos EUA, com a posse do presidente eleito em 20 de janeiro.

Com o fechamento dos mercados nos EUA devido ao funeral de Carter, que faleceu em 29 de dezembro aos 100 anos, as negociações devem exibir pouca volatilidade nesta quinta, em meio à falta de impulsos externos e domésticos.

Nesta semana, por outro lado, a moeda norte-americana tem oscilado entre fortes ganhos e perdas, à medida que os mercados globais digerem as últimas notícias sobre os planos tarifários de Trump, com os agentes financeiros receosos quanto ao potencial inflacionário de suas medidas.

O dólar avançou sobre uma série de moedas na véspera, incluindo o real, na esteira de reportagem da CNN que relatou que o presidente eleito está considerando declarar emergência econômica nacional como justificativa legal para a imposição de tarifas sobre aliados e adversários.

A divisa dos EUA havia registrado forte recuo na segunda-feira, quando o The Washington Post informou que assessores de Trump estariam explorando planos para impor tarifas apenas sobre importações de setores críticos para o país.

A percepção de economistas é de que as promessas de Trump, que também incluem cortes de impostos e controle rígido da imigração, podem ser inflacionárias, o que manteria os juros elevados nos EUA e elevaria os rendimentos dos Treasuries, favorecendo o dólar.

O índice do dólar — que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas — subia 0,12%, a 109,150.

Os mercados globais também seguem de olho em novos dados sobre a economia norte-americana, com números sobre o mercado de trabalho sendo o foco da semana. Na sexta-feira, será divulgado o relatório de emprego para dezembro.

Indicadores recentes têm apontado para a resiliência da economia dos EUA, com um mercado de trabalho saudável e uma inflação ainda acima da meta de 2% do Federal Reserve, reduzindo as expectativas de cortes na taxa de juros pelo banco central norte-americano neste ano.

“Existe preocupação em relação ao mercado de trabalho, que segue aquecido, com a inflação, que retornou, mas desacelerou a queda, e também sobre as políticas do governo Trump em relação às tarifas”, disse Marcos Weigt, head de Tesouraria do Travelex Bank.

Operadores precificam 93% de chance de que as autoridades mantenham os juros na primeira reunião deste ano, com pouco mais de 40 pontos-base acumulados de cortes esperados até o fim do ano, de acordo com a ferramenta FedWatch da CME.

Na cena doméstica, a principal preocupação do mercado segue sendo o cenário fiscal brasileiro, mesmo após o Congresso aprovar uma série de medidas de contenção de gastos propostas pelo governo no fim do ano passado.

Os investidores duvidam do compromisso do governo em equilibrar as contas públicas e cobram que sejam apresentadas novas medidas para controlar a trajetória da dívida pública e retomar a credibilidade fiscal do país.

Na frente de dados, as vendas no varejo brasileiro recuaram 0,4% em novembro na comparação com o mês anterior e subiram 4,7% sobre um ano antes, informou o IBGE nesta quinta.

 

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