Por Fabricio de Castro
SÃO PAULO (Reuters) – Após ceder mais de 1% na véspera, o dólar iniciou a quarta-feira em alta ante o real, acompanhando o avanço da moeda norte-americana no exterior, após o chair do Federal Reserve, Jerome Powell, ter feito declarações consideradas cautelosas sobre o ciclo de cortes de juros nos EUA.
Às 9h32, o dólar à vista tinha alta de 0,41%, aos R$5,3006 na venda.
Na B3, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento tinha elevação de 0,39%, a R$5,3065.
Na terça-feira, o dólar à vista fechou em baixa de 1,11%, aos R$5,2787, após o presidente dos EUA, Donald Trump, elogiar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e dizer que se reunirá com ele na próxima semana.
Os comentários de Trump reduziram o temor no mercado de que os EUA possam adotar novas medidas contra a economia brasileira, depois da condenação no Supremo Tribunal Federal do ex-presidente Jair Bolsonaro, aliado do norte-americano.
Nesta manhã de quarta-feira, passado o impacto da fala de Trump, o câmbio no Brasil alinhava-se mais diretamente ao exterior, onde o dólar tem queda quase generalizada.
Por trás do movimento está a avaliação de que Powell, em declarações feitas também na terça-feira, adotou um tom cauteloso em relação a cortes de juros — ainda que o mercado siga precificando mais duas reduções da taxa de referência dos EUA este ano.
Às 9h34, o índice do dólar — que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas — subia 0,53%, a 97,746.
No Brasil, às 10h30 o Banco Central fará dois leilões de linha (venda de dólares com compromisso de recompra) com oferta total de US$2 bilhões, para rolagem do vencimento de outubro.