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COP30-Líderes indígenas se juntam à cúpula climática, que começa com incertezas

Embarcação de turismo navegando ao pôr do sol em um rio com diversas outras embarcações ao fundo, refletindo a tranquilidade do ambiente aquático no Brasil.

Por Valerie Volcovici e Katy Daigle

BELÉM (Reuters) – Com a abertura da COP30 nesta segunda-feira para os mais de 190 países participantes, não estava claro o que exatamente eles discutirão durante a cúpula de duas semanas da ONU na cidade amazônica de Belém.

Também não está claro como eles lidarão com questões delicadas, como a promessa feita em 2023 de abandonar as fontes de energia poluentes e a demanda por financiamento para que isso aconteça. Mas o maior ponto de interrogação é se os países terão como objetivo negociar um acordo final — algo difícil de vender em um ano de política global turbulenta e esforços dos EUA para obstruir uma transição para longe dos combustíveis fósseis.

Alguns países, incluindo o Brasil, sugeriram que as nações se concentrem em esforços menores que não precisem de consenso, depois de anos de cúpulas da COP que celebraram promessas grandiosas, mas que deixaram muitas delas sem serem cumpridas.

“Minha preferência é não precisar de uma decisão da COP”, disse o presidente da COP30, André Corrêa do Lago, em uma entrevista à Reuters e a outros veículos de mídia. “Se os países demonstrarem um desejo incontestável por uma decisão na COP, certamente iremos analisar a situação e lidar com ela.”

Corrêa do Lago observou o aumento da importância da China nas negociações, no momento em que os Estados Unidos prometem sair do Acordo de Paris em janeiro e a União Europeia luta para manter sua ambição em meio a preocupações com a segurança energética.

“Os países emergentes estão aparecendo nesta COP com um papel diferente. A China está chegando com soluções para todos”, disse Corrêa do Lago, ressaltando que as tecnologias verdes baratas da China estão agora liderando a transição energética em todo o mundo.

“Estão começando as reclamações de que a China está movimentando o PIB em todo o mundo”, disse ele. Mas “isso é ótimo para o clima.”

Os países serão acompanhados por líderes indígenas, que chegaram no domingo à noite de barco depois de viajar cerca de 3.000 km dos Andes até a costa brasileira. Eles estão exigindo mais voz sobre como seus territórios são administrados à medida que as mudanças climáticas se intensificam e setores como mineração, extração de madeira e perfuração de petróleo se aprofundam nas florestas.

“Queremos ter certeza de que eles não continuarão prometendo, que começarão a proteger, porque nós, como povos indígenas, somos os que sofremos com os impactos das mudanças climáticas”, disse Pablo Inuma Flores, um líder indígena do Peru que também lamentou os derramamentos de petróleo e a mineração ilegal que, segundo ele, estão ocorrendo ao longo do rio.

Horas antes do início da cúpula, cientistas de dezenas de universidades e instituições científicas, do Japão à África do Sul e Reino Unido, deram o alarme sobre o degelo das geleiras, camadas de gelo e outros espaços congelados do mundo.

“A criosfera está se desestabilizando em um ritmo alarmante”, disseram os grupos em uma carta à COP30 publicada na segunda-feira. “As tensões geopolíticas ou os interesses nacionais de curto prazo não devem ofuscar a COP30. A mudança climática é o desafio definitivo de segurança e estabilidade de nosso tempo.”

 

AGENDA

O primeiro ponto de ordem da COP30 será a votação de uma agenda. Corrêa do Lago disse que os países estão discutindo há meses sobre o que incluir, um processo que ele descreveu como uma troca saudável de prioridades.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva espera que os países considerem a possibilidade de estabelecer um plano para abandonar os combustíveis fósseis.

“Como vamos fazer isso? Haverá consenso sobre como vamos fazer isso? Esse é um dos grandes mistérios da COP30”, afirmou Corrêa do Lago.

Outras possíveis questões para a agenda incluem decidir como os países reduzirão ainda mais as emissões, já que seus planos atuais estão aquém do que é necessário para limitar o aquecimento extremo. Até a manhã de segunda-feira, 106 governos haviam apresentado novos planos climáticos.

Fontes familiarizadas com as negociações disseram que outros ofereceriam planos nesta semana, incluindo a Coreia do Sul e a Índia.

Exclusivamente neste ano, os delegados estão interessados em lidar com as emissões agrícolas — um tópico geralmente deixado de lado, dada a dificuldade de lidar com as práticas agrícolas e pecuárias fundamentais para a segurança alimentar e a subsistência de muitos países.

 

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