Por Maria Carolina Marcello
(Reuters) – O Brasil conseguiu reduzir a parcela de pessoas com risco de desnutrição ou insegurança alimentar a menos de 2,5% de sua população, condição que retirou o país novamente do chamado Mapa da Fome no triênio entre 2022 e 2024, mostrou relatório da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO, na sigla em inglês) divulgado nesta segunda-feira em Adis Abeba, na Etiópia.
“Uma conquista histórica que mostra que com políticas públicas sérias e compromisso com o povo, é possível combater a fome e construir um país mais justo e solidário”, disse o presidente Luiz Inácio Lula da Silva no X após o anúncio.
O país já havia conseguido ficar fora do rol de nações com mais de 2,5% de pessoas em risco de subnutrição ou de falta de acesso à alimentação suficiente em 2014, mas voltou a integrar a lista no triênio de 2018 a 2020.
“Sair do Mapa da Fome era o objetivo primeiro do presidente Lula ao iniciar o seu mandato em janeiro de 2023. A meta era fazer isso até o fim de 2026”, disse o ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS), Wellington Dias, em nota divulgada por sua assessoria.
“Mostramos que, com o Plano Brasil Sem Fome, muito trabalho duro e políticas públicas robustas, foi possível alcançar esse objetivo em apenas dois anos”, completou.
O ministro credita o resultado aos últimos dois anos porque a fome esteve à tona em 2022 — último ano do mandato de Jair Bolsonaro na Presidência da República –, diante da combinação de inflação alta, crise econômica na esteira da Covid-19 e de um afrouxamento da rede de proteção social do Estado.
Segundo nota distribuída pelo MDS, números levantados por meio da aplicação da Escala Brasileira de Insegurança Alimentar (EBIA) nas pesquisas do IBGE, mostraram que cerca de 24 milhões de pessoas saíram da condição de insegurança alimentar grave até o fim de 2023.
Na semana passada, Lula já havia adiantado que o país havia conseguido sair do Mapa da Fome. O combate à fome é uma das bandeiras do presidente desde suas primeiras candidaturas.
O Brasil também tomou a frente do combate à fome no âmbito internacional e efetivou, em novembro do ano passado, na Cúpula de Líderes do G20, no Rio de Janeiro, a Aliança Global Contra a Fome e a Pobreza, que conta com 148 membros fundadores, organizações internacionais e instituições financeiras internacionais, além de organizações filantrópicas e não governamentais.
(Reportagem de Maria Carolina Marcello)