thomson reuters

BLOG | REVISTA DOS TRIBUNAIS

Generic selectors
Exact matches only
Search in title
Search in content
Post Type Selectors

Aumento do populismo não deve interromper discussões sobre reparações, diz autoridade da União Africana

Imagem da sede da União Africana com bandeiras de diversos países africanos ao fundo, simbolizando a união e diversidade do continente.

Por Catarina Demony

LONDRES (Reuters) – A ascensão do populismo de direita na Europa e em outros lugares do mundo não deve impedir a África de levar à mesa de negociações as reparações pela escravidão transatlântica e pelo colonialismo, disse a chefe da divisão da diáspora da União Africana (UA).

“Não há melhor momento do que este para discutir a questão das reparações como africanos (…) independentemente das várias questões em andamento que possam parecer intimidadoras”, disse Angela Naa Afoley Odai à Reuters nesta terça-feira.

Outros, incluindo o presidente de Cabo Verde, José Maria Neves, já havia dito que o crescimento do populismo de direita dificultou a realização de um debate sério sobre as reparações.

Para Neves, debater a questão na “arena pública” poderia potencialmente levar a uma maior polarização política nos países europeus anteriormente envolvidos na escravidão e no colonialismo, caso de Portugal, França e Reino Unido.

Embora a questão das reparações tenha ganhado força em todo o mundo, o mesmo ocorreu com a reação. O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse que “não vê isso acontecendo”, e muitos dos líderes europeus se opuseram até mesmo a falar sobre reparações.

Os líderes africanos deram um novo impulso para as reparações em fevereiro e afirmam que definirão seu próprio plano, incluindo desde a compensação financeira e o reconhecimento formal dos erros do passado até as reformas políticas.

A UA disse em um comunicado que as reparações poderiam envolver “pressão diplomática ou ações legais em tribunais internacionais”.

Afoley Odai avalia que a pressão diplomática seria resultado do trabalho que a UA estava fazendo, inclusive com o Caribe, para “construir uma frente unida” envolvendo tanto os que vivem no continente quanto a diáspora africana.

Segundo ela, os vínculos contínuos entre a União Africana e a União Europeia, de cúpulas a parcerias, seriam usados para pressionar por reparações.

Os oponentes das medidas argumentam, entre outras coisas, que os Estados e as instituições atuais não devem ser responsabilizados por seu passado.

Mas defensores acreditam que são necessárias medidas para lidar com o legado da escravidão e do colonialismo, como o racismo sistêmico e estrutural, e afirmam que os Estados contemporâneos ainda se beneficiam da riqueza gerada por centenas de anos de exploração.

(Reportagem de Catarina Demony)

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Mais lidas

Post Relacionado

Viatura militar da ONU em operação em uma estrada rural, simbolizando a presença de paz e segurança internacional em áreas de conflito.

Governo Trump propõe eliminar financiamento de manutenção da paz da ONU

Por Jonathan Landay e Humeyra Pamuk WASHINGTON (Reuters) – O escritório de orçamento da Casa Branca propôs o fim do financiamento para missões de manutenção da paz das Nações Unidas, citando os fracassos das operações em Mali, Líbano e República Democrática do Congo, mostraram documentos internos de planejamento vistos pela

Sede da Organização Mundial da Saúde com bandeiras de diferentes países ao fundo, representando a atuação global em saúde pública.

Membros da OMS chegam a acordo sobre como mundo enfrentará futuras pandemias

Por Olivia Le Poidevin GENEBRA (Reuters) – Os membros da Organização Mundial da Saúde (OMS) chegaram a um acordo histórico nesta quarta-feira sobre como aprender com a Covid-19, que matou milhões de pessoas entre 2020 e 2022, e preparar o mundo para futuras pandemias. Os pontos de atrito no caminho

Imagem de líderes internacionais, incluindo Xi Jinping, em evento oficial. Os líderes estão em trajes formais numa cerimônia importante.

Presidente da China pede que ONU e sistemas multilaterais sejam mantidos

KUALA LUMPUR (Reuters) – O presidente da China, Xi Jinping, pediu apoio ao sistema internacional centrado na Organização das Nações Unidas (ONU), no comércio e no Estado de Direito durante uma viagem pelo Sudeste Asiático em meio a uma forte deterioração nas relações entre a China e os Estados Unidos.

Imagem do edifício da Reserva Federal dos Estados Unidos sob um céu nublado e ameaçador, destacando sua arquitetura majestosa.

Fed pode estar próximo de momento crítico em meio à incerteza tarifária

Por Ann Saphir e Howard Schneider WASHINGTON (Reuters) – As autoridades do Federal Reserve, ao concordarem que as tarifas do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, desestabilizaram seu senso de direção da economia, podem estar próximas de enfrentar um intenso debate interno sobre a resposta correta da política monetária, incluindo

REVISTA DOS TRIBUNAIS
Privacy Overview

This website uses cookies so that we can provide you with the best user experience possible. Cookie information is stored in your browser and performs functions such as recognising you when you return to our website and helping our team to understand which sections of the website you find most interesting and useful.