thomson reuters

BLOG | REVISTA DOS TRIBUNAIS

Generic selectors
Exact matches only
Search in title
Search in content
Post Type Selectors

Atletas do Brasil e do mundo pedem reforço no combate às mudanças climáticas antes da COP30

Jogadora de futebol feminina na linha do lance, vestindo uniforme azul e branco, pronta para iniciar a jogada durante a partida.

Por Martyn Herman

LONDRES (Reuters) – A mudança climática é um dos adversários mais difíceis que qualquer atleta enfrenta, afirmou a jogadora de futebol brasileira Tamires Dias, uma de cerca de 40 esportistas de elite envolvidos no lançamento de uma nova campanha global que será apresentada na cúpula do clima COP30 no próximo mês em Belém.

Tamires, que participou de duas Copas do Mundo Femininas, juntou-se a compatriotas como a tenista Beatriz Haddad Maia e a surfista Maya Gabeira, bem como o nadador olímpico romeno David Popovici e o ex-jogador de futebol inglês Raheem Sterling, para apoiar a Adapt2Win.

Com a mudança climática já afetando o esporte de elite, a campanha multimídia global lançada nesta segunda-feira e apoiada pela Fundação Gates e pelo Wellcome Trust está pedindo aos governos que priorizem o investimento em adaptação climática antes da COP30.

Tamires, 38 anos, descreve os desafios de jogar futebol no Brasil, onde o calor extremo e as chuvas prejudiciais representam desafios, e diz que a adaptação às mudanças climáticas não é mais opcional.

“No esporte, aprendemos a nos adaptar todos os dias — a novos times, novas táticas, novos adversários. Mas a mudança climática é um tipo diferente de adversário. É mais forte, mais imprevisível, e ninguém pode enfrentá-lo sozinho”, disse ela.

Quarenta atletas assinaram uma carta aberta, e um filme contundente que mostra o impacto dramático de enchentes e incêndios em instalações esportivas que será exibido na COP30.

O filme começa com uma legenda que diz: “Esta pode ser a pior derrota da história ou a maior virada de todos os tempos”.

De acordo com os organizadores da campanha, os desastres relacionados ao clima causaram perdas econômicas de US$417 bilhões em 2024, mas menos de 10% do financiamento climático global é direcionado à adaptação.

“Para mim, isso é pessoal”, disse Sterling, que nasceu na Jamaica e jogou 82 vezes pela Inglaterra. “Vi como a mudança climática está remodelando a vida em todo o Caribe.”

“Por meio do trabalho da minha fundação na prevenção de doenças transmitidas por mosquitos, vi como soluções simples, lideradas pela comunidade, podem fazer uma enorme diferença. A COP30 é o momento para os líderes apoiarem essas soluções”, acrescentou.

A campanha também destaca os esforços de base já em andamento, como os alertas de seca por SMS no Quênia e os cuidados com a saúde materna relacionados ao calor em Serra Leoa.

“A Adapt2Win nos lembra que todos os setores, de governos a empresas e esportes, têm um papel a desempenhar na criação de mudanças”, disse Ana Toni, diretora-executiva da COP30.

Outros signatários incluem o jogador de rúgbi sul-africano Bongi Mbonambi, o jogador de futebol nigeriano Kenneth Omeruo e o velejador norte-americano bicampeão mundial Mike Buckley.

“Ao crescer na Nigéria, você sempre podia contar com as estações do ano — quando as chuvas chegavam, quando os campos ficavam verdes. Mas, nos últimos anos, tudo mudou”, disse Omeruo, que tem 69 partidas pela seleção nigeriana e fez parte da equipe vencedora da Copa Africana de Nações em 2013.

“O clima é imprevisível, as comunidades estão passando por dificuldades e até mesmo os campos de futebol em que treinávamos estão inundados ou secos. A mudança climática é algo com que convivemos todos os dias”, afirmou.

 

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Mais lidas

Post Relacionado

Ministra do Afro-Brasil em reunião, com fundo de painel de madeira e bandeira do Afro-Besil ao lado, usando roupas tradicionais coloridas e acessório na cabeça.

Diretora-geral da OMC defende reforma da regra de consenso

(Reuters) – A diretora-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC) defendeu nesta terça-feira reformas na instituição de 30 anos, destacando sua regra de consenso que exige acordo unânime entre os membros para garantir acordos comerciais globais. “Precisamos reformar o sistema, não podemos ser complacentes”, disse Ngozi Okonjo-Iweala na conferência Future

Homem idoso de terno escuro e gravata, com as mãos juntas em oração, ao lado de bandeiras do Brasil, em gesto de fé ou reflexão.

Lula diz que Trump “garantiu” acordo comercial com os EUA

KUALA LUMPUR (Reuters) – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta segunda-feira que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, “garantiu” durante reunião entre os dois líderes no domingo que os dois países chegarão a um acordo sobre o comércio. Lula afirmou em entrevista à imprensa às margens

Imagem de várias bandeiras de países diferentes ao vento sob céu claro, representando diversidade e união internacional.

Dia da ONU 2025: Como o Direito Internacional Evolui com as Iniciativas da ONU

O “Dia das Nações Unidas”, celebrado em 24 de outubro, marca a entrada em vigor da Carta da ONU de 1945, um marco histórico que modificou o cenário internacional pós-Segunda Guerra Mundial. Completando 80 anos desde sua criação, o “Dia da ONU” é um convite para repensar o papel central

REVISTA DOS TRIBUNAIS
Privacy Overview

This website uses cookies so that we can provide you with the best user experience possible. Cookie information is stored in your browser and performs functions such as recognising you when you return to our website and helping our team to understand which sections of the website you find most interesting and useful.