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Anfavea aposta em modificação “drástica” em alta do IOF

Imagem de um grande estacionamento cheio de carros brancos e alguns vermelhos, mostrando a vastidão de veículos estacionados em um espaço amplo.

Por Alberto Alerigi

SÃO PAULO (Reuters) – O setor de veículos está trabalhando com a perspectiva de que o decreto que elevou o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) será revogado ou revisto de maneira importante ao final desta semana, afirmou o presidente da associação de montadoras, Anfavea, Igor Calvet, nesta quinta-feira.

“A medida nos pegou de surpresa…Mas estamos confiantes de que a medida será revogada ou alterada drasticamente”, afirmou o executivo a jornalistas em entrevista sobre os números do setor automotivo em maio.

“A sinalização de que temos tido é de que teremos boas surpresas sobre o IOF”, acrescentou.

Na terça-feira, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que há espaço para calibragem do decreto do IOF se medidas fiscais estruturais em discussão pelo governo avançarem e ponderou que as iniciativas não serão anunciadas antes de uma reunião com lideranças partidárias do Congresso Nacional prevista para o domingo.

Calvet afirmou que a Anfavea ainda não conseguiu levantar os impactos da ampliação do IOF, que atingiu uma série de áreas do setor automotivo, incluindo estoques, fornecedores, compras internacionais e vendas diretas.

Mas o presidente da Anfavea comentou que, “na teoria”, a alta do tributo pode prejudicar as vendas de veículos diante do aumento do custo, que terá que ser absorvido pelas empresas ou repassado aos clientes na forma de aumentos de preços.

Além do aumento do IOF, outra preocupação mais recente da entidade é a restrição da China, decidida em abril, à exportação de terras raras, minerais que entram na composição de uma série de autopeças.

Nesta semana, várias fábricas e linhas de produção de fornecedores automotivos europeus foram fechadas devido à escassez do material.

“Iniciamos há algumas semanas a avaliação desse tema…é medida que em teoria pode trazer alguma dificuldade ao Brasil”, disse Calvet. Mas o executivo acrescentou que até agora não houve “efeitos imediatos” sentidos pelo setor no país.

A produção de veículos do Brasil em maio caiu 5,9% sobre o volume montado em abril, pressionada em parte pelas importações, que voltaram a crescer no período no país.

O volume produzido no mês passado somou 214,7 mil veículos, o que reduziu o crescimento no acumulado do ano até maio para 10,7%, a 1,026 milhão de unidades, segundo os dados apresentados pela Anfavea nesta quinta-feira.

Enquanto isso, a venda de veículos importados subiu 6,4% em maio ante abril e 20,6% na comparação com o mesmo mês de 2024, a 39,7 mil unidades. No acumulado, a expansão do segmento foi de 19%, a 189,8 mil veículos.

“Isso é equivalente a uma fábrica média e 5 mil empregos”, disse Calvet, se referindo à venda de importados no acumulado do ano no Brasil. O executivo voltou a defender que o país não aceite pleitos para redução de imposto que incide sobre kits de peças usados para a montagem de veículos inteiros e conhecidos como CKD e SKD.

Apesar do crescimento da venda de importados, a participação deles no total vendido no país mostrou quarto recuo consecutivo em maio, caindo para 17,6%. Em janeiro, a fatia havia sido de 23%, maior nível para qualquer mês desde pelo menos 2022, segundo os dados da Anfavea.

A Argentina foi responsável por 85,7 mil unidades das vendas de importados no Brasil no acumulado deste ano, um crescimento de 45,2% sobre o mesmo período de 2024, enquanto a China por 58,12 mil, uma expansão de 36%, segundo os dados da Anfavea.

“Mas a Argentina nós compramos e vendemos para eles. São mercados complementares, mas no parceiro comercial China, temos apenas uma mão, que é a importação”, disse o presidente da entidade.

O que ajudou a produção brasileira de veículos a não recuar mais em maio foram as exportações, que foram as maiores desde agosto de 2018, quando as montadoras do país despacharam ao mercado externo 56 mil unidades.

Segundo a Anfavea, as exportações de maio somaram 51,5 mil veículos, 11,3% acima do volume de abril e 92,6% maiores que maio de 2024. O desempenho foi impulsionado pela Argentina, mercado que neste ano acumula crescimento de vendas internas de 78%, disse Calvet.

No ano até o final de maio, o setor no Brasil exportou 213,5 mil veículos, crescimento de 56,6% sobre o mesmo período de 2024.

Após a entrevista, a Anfavea divulgou dados de estoques de veículos novos no Brasil como sendo de 239,7 mil unidades ao final de maio, equivalentes a 32 dias de vendas, ante 259 mil em abril. Porém, Calvet, que havia mencionado mais cedo que o estoque encerrou o mês passado estável, citou que a entidade está “reavaliando a metodologia de cálculo” do dado.

 

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