thomson reuters

BLOG | REVISTA DOS TRIBUNAIS

Generic selectors
Exact matches only
Search in title
Search in content
Post Type Selectors

AGU defende no Supremo que teto para pagamento de precatórios é inconstitucional

AGU defende no Supremo que teto para pagamento de precatórios é inconstitucional

Por Fabricio de Castro

SÃO PAULO (Reuters) – A Advocacia-Geral da União (AGU) encaminhou nesta segunda-feira uma manifestação ao Supremo Tribunal Federal (STF) em que defende a inconstitucionalidade parcial de emendas constitucionais que criaram um teto anual para o pagamento de precatórios de 2022 a 2026, além de obrigar a União a aceitar créditos de decisões transitadas em julgado como pagamento de outorgas e na compra de imóveis públicos.

A manifestação da AGU foi feita no âmbito de duas ações diretas de inconstitucionalidade (ADIs) que estão no STF, movidas pelo PDT e por entidades da sociedade civil. Precatórios são dívidas que a União tem em função de decisões judiciais.

O teto foi estabelecido por iniciativa legislativa do governo de Jair Bolsonaro, que em 2021 afirmava que não havia espaço orçamentário suficiente para arcar com o pagamento de cerca de 89,1 bilhões de reais em precatórios em 2022.

Em sua manifestação, a AGU argumentou que após a abertura do espaço fiscal pelas emendas — em função da limitação dos gastos com precatórios — “foram criadas despesas obrigatórias com a estimativa de custo adicional de 41 bilhões de reais ao ano”. Em 2022, primeiro ano de vigência do teto, Bolsonaro tentava a reeleição.

Com o auxílio de nota técnica formulada pelo Ministério da Fazenda, a AGU argumentou que o teto para os precatórios produziu “um volume significativo e crescente de despesa artificialmente represada”, a ser paga apenas em 2027.

“A permanência do atual sistema de pagamento de precatórios tem o potencial de gerar um estoque impagável, o que resultaria na necessidade de nova moratória”, disse a AGU, conforme nota divulgada pelo governo.

Além disso, diz a AGU, o quadro atual “mascara artificialmente a situação das contas públicas, uma vez que as despesas com precatórios adiadas não entram nas estatísticas da dívida pública anuais”.

VALORES

Na manifestação, a AGU afirma, com base nas informações do Ministério da Fazenda, que o valor total de precatórios expedidos e não pagos atualmente é de aproximadamente 112 bilhões de reais.

“Desses, apenas com relação ao passivo vencido acumulado e não pago estima-se um débito da ordem 65 bilhões de reais ao final de 2023. Some-se a isso a parcela que seria postergada em 2024 em função do subteto (acaso permaneça vigente a sistemática atual), de aproximadamente 30 bilhões de reais”, escreveu a AGU.

“Assim, chega-se ao valor total aproximado de 95 bilhões de reais de valores que não estão sendo pagos em função do subteto”, acrescentou o órgão.

Em sua manifestação, a AGU pede que, caso a inconstitucionalidade seja reconhecida, o governo seja autorizado a abrir um crédito extraordinário de 95 bilhões de reais para quitar os valores não pagos em função do subteto.

 

(Reportagem adicional de Marcela Ayres, em Brasília)

 

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Mais lidas

Post Relacionado

Mão segurando uma nota de dinheiro com a figura de um leopardo, destacando detalhes da nota da moeda brasileira de 50 reais.

Poupança no Brasil registra em novembro 5º mês seguido de saques, diz BC

SÃO PAULO, 5 Dez (Reuters) – A caderneta de poupança no Brasil registrou saques líquidos pelo quinto mês consecutivo em novembro, totalizando R$2,857 bilhões, informou o Banco Central nesta sexta-feira. No acumulado do ano, a poupança registra retirada líquida de R$90,978 bilhões. Em novembro, houve saldo negativo de R$519,407 milhões

Mãos segurando açúcar em pó, destaque para a textura fina e o momento de manipulação do ingrediente culinário.

Preços ao produtor no Brasil recuam 0,48% em outubro na 9ª queda seguida

SÃO PAULO, 5 Dez (Reuters) – Os preços ao produtor no Brasil recuaram 0,48% em outubro, marcando a nona taxa negativa seguida, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira. O resultado levou o índice acumulado em 12 meses a uma queda de 1,82%. Em setembro, o

Idosa fazendo compras de hortifrúti em supermercado, observando vegetais frescos na seção de verduras e legumes.

Preços mundiais dos alimentos caem pelo terceiro mês em novembro, diz FAO

Por Gus Trompiz PARIS, 5 Dez (Reuters) – Os preços mundiais das commodities alimentares caíram pelo terceiro mês consecutivo em novembro, com todos os principais alimentos básicos, exceto os cereais, apresentando declínio, informou a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) nesta sexta-feira. O Índice de Preços de

REVISTA DOS TRIBUNAIS
Privacy Overview

This website uses cookies so that we can provide you with the best user experience possible. Cookie information is stored in your browser and performs functions such as recognising you when you return to our website and helping our team to understand which sections of the website you find most interesting and useful.