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Honorários Advocatícios: o que são e como funcionam na prática?

mãos cruzados sob contrato de honorários advocatícios

Você sabe o que são honorários advocatícios e como eles impactam a relação entre advogado e cliente? Os honorários advocatícios são a remuneração que os advogados, regularmente inscritos na OAB, recebem pela prestação de serviços jurídicos. Muito além de uma simples contraprestação, sua aplicação envolve aspectos legais, éticos e práticos que fazem parte do dia a dia da advocacia.

Principais tipos de honorários:

De forma geral, os honorários advocatícios se dividem em duas categorias principais: contratuais e de sucumbência.

Honorários Contratuais

São aqueles ajustados diretamente entre advogado e cliente, antes do início da atuação. O valor varia conforme a complexidade do caso, o tempo estimado de dedicação e a experiência do profissional. As formas mais comuns de cobrança incluem:

  • Honorários fixos: valor previamente estabelecido para a realização de todo o serviço.
  • Por hora trabalhada: o cliente paga pelo tempo efetivamente dedicado ao caso.
  • “Ad exitum”: pagamento condicionado ao êxito na demanda — bastante comum em causas trabalhistas ou indenizatórias.


Honorários de Sucumbência
Previstos no Código de Processo Civil, esses honorários são devidos pela parte vencida à parte vencedora, sendo fixados pelo juiz — geralmente entre 10% e 20% do valor da condenação. Têm natureza compensatória e também pedagógica, desestimulando a judicialização de litígios infundados.

Aspectos legais e éticos
A cobrança de honorários deve observar as diretrizes do Código de Ética e Disciplina da OAB. A transparência é fundamental: desde o início, o advogado deve esclarecer valores, formas de pagamento, prazos e condições, preferencialmente por meio de contrato escrito. Essa formalização protege ambas as partes e fortalece a relação de confiança.

Desafios na prática
Um dos grandes desafios da advocacia contemporânea é encontrar o equilíbrio entre a justa remuneração pelo trabalho técnico e a acessibilidade dos serviços jurídicos à população. Em determinadas situações, advogados optam por oferecer condições diferenciadas — como o parcelamento de honorários ou a redução dos valores em causas de interesse público — com o objetivo de não comprometer o acesso à justiça. Também é possível atuar pro bono, ou seja, de forma gratuita, para atender demandas sociais relevantes ou situações de vulnerabilidade.

O Código de Ética e Disciplina da OAB veda expressamente a mercantilização da advocacia, que consiste em tratar os serviços jurídicos como se fossem produtos comuns de mercado. Isso porque a advocacia deve estar fundamentada em valores éticos, jurídicos e sociais — e não apenas em critérios comerciais. Para preservar essa distinção, cada Seccional da OAB publica anualmente uma tabela de honorários mínimos, a qual serve como referência para evitar tanto o aviltamento da profissão quanto sua hipercomercialização. Cabe ao advogado, portanto, exercer o bom senso e a responsabilidade na definição de seus honorários.

Além disso, a tecnologia tem se mostrado uma aliada estratégica. Ferramentas de gestão jurídica permitem acompanhar com precisão o tempo dedicado a cada caso, automatizar tarefas administrativas e organizar prazos com mais eficiência. Isso contribui para uma cobrança mais justa, transparente e profissional, beneficiando tanto os advogados quanto os clientes.

Quer se aprofundar em Honorários Advocatícios?

Para quem deseja se aprofundar no tema, uma excelente sugestão de leitura é:

  • “Honorários Advocatícios”, de Araken de Assis, Cássio Chechi de Assis e Bóris Chechi de Assis — disponível na Livraria RT.
    A obra aborda tanto os honorários contratuais quanto os sucumbenciais, com base na doutrina, jurisprudência e nas mudanças introduzidas pela Reforma Trabalhista. É uma leitura valiosa para quem busca compreender mais profundamente esse relevante tema do universo jurídico.

Dessa forma, é notório que os honorários advocatícios não são apenas uma formalidade contratual, mas refletem o valor do trabalho jurídico e exigem um olhar técnico, ético e estratégico. Quando bem definidos, contribuem para uma advocacia mais valorizada, transparente e acessível, beneficiando tanto os profissionais quanto a sociedade como um todo.

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